DOUGLAS OKADA

 
 
 
Há um grande número de ótimos artistas realistas no interior do estado de São Paulo. Alguns com propostas mais acadêmicas, outros com visões mais contemporâneas, mas, sempre nos proporcionando ótimos trabalhos para admiração. Faria uma extensa lista de nomes, mas me restringirei, nesse momento, aos trabalhos de um jovem artista de nome Douglas Okada. Temos nos falado nos últimos dias e vou deixar a sua própria narrativa conduzir sua matéria. Uma visão pessoal é sempre algo legal de se observar
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




















 
 
 
 
 
Inicialmente o que me despertou na infância (6-7 anos de idade) foi ver meu pai realizando alguns esboços de personagens animados que eu gostava de assistir na televisão e nos gibis. Eu comecei a observar e tentar fazer o mesmo. Posteriormente, copiava dos gibis os personagens e a partir daí comecei a desenhar os colegas de escola (caricaturas ). O desenho foi minha paixão inicial. Na adolescência comecei a me interessar por um desenho mais realista, abandonando a caricatura e tentando imitar o que via. A paixão pela pintura surgiu aos 14 anos, por estímulo de um filme: Incógnito (o personagem fazia uma falsificação de Rembrandt), nasceu ali o interesse pela obra do mestre holandês.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
Realizei alguns ensaios em pintura a óleo sem muito sucesso e no final do ano de 1999, já com 15 anos, ingressei no atelier de Marcelo Miura (Araraquara-SP). Com uma bolsa de estudos, iniciei o curso; minha família não tinha condições de manter as aulas e os materiais. Miura me ajudou muito no começo, aprendi com ele as técnicas básicas da pintura tradicional. Foram 2 anos e meio de aprendizado lidando com diversos temas e em particular a natureza morta. Sempre estudando muito as obras dos grandes mestres do passado. Nesse período, pintava todos os dias.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




Em 2002, aos 18 anos, quando ganhei o prêmio principal no salão de Ribeirão Preto-SP com uma obra de figura humana sem a influencia do meu professor, tive o estímulo necessário à minha auto- estima para desvincular do atelier de Miura e iniciar minha jornada para criar uma identidade própria na pintura. Foi nesse período, e nos próximos anos, que comecei a praticar muito o desenho e pintura do natural, estudar (através de livros e internet) conceitos, teorias, realizar experimentos com médiuns, tintas, vernizes, texturas e suportes para pintura a óleo. Estudei muito a obra de Rembrandt e sua visão da pintura: foi quando incorporei sua filosofia ao meu trabalho. Inicialmente obsecado com sua maneira de pintar e depois realmente com a essência de seu trabalho: tentar enxergar além da pose, o que há por trás, captar do modelo sua espontânea naturalidade. Continuar com o progresso e visão de pintura sem se importar com críticas e outras coisas, apenas vivenciar a pintura. Outra grande influencia no meu trabalho foi do movimento impressionista e sua ideia principal: capturar o momento.

Os trabalhos de grandes mestres como Caravaggio, Leonardo da Vinci, Vermeer , Velázquez, W. Bouguereau, Sargent e os brasileiros Almeida Jr., Pedro Alexandrino, Batista da Costa, Eliseu Visconti, Oscar Pereira, Edgar Walter, entre outros e as visitas aos museus como MASP e Pinacoteca do estado de São Paulo foram determinantes para meu desenvolvimento.
 
Além das obras dos grandes artistas contemporâneos e do passado, “a luz, o momento, a realidade e busca interminável pela essência das coisas” são minhas inspirações. Sou muito exigente comigo e estou sempre insatisfeito com meu trabalho, sempre buscando praticar mais e melhorar sempre. Os temas que trabalho são variados. Gosto de realizar estudos a lápis ou com pastel, mas minha paixão é pintura a óleo, suas texturas e efeitos intermináveis. Cada tema tem seu desafio, é exatamente disso que gosto, seja uma fruta, pétala, riachos, animais ou simples olhar.A figura humana representa um desafio maior, tentar imprimir sua personalidade e sua singularidade.


O interior de São Paulo é uma região muita rica em produção artística, temos artistas muito bons como Boner, Morgilli, Maguetas, Clodoaldo Martins, Zaniboni entre tantos outros. Tenho sonhos e projetos para conhecer e estudar nos museus da Europa e EUA, sempre tendo a mente aberta para aprender cada vez mais, tentar melhorar nas temáticas que tenho problemas ou dificuldades; Ser um eterno aprendiz.


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